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Passaporte para acessar a Internet

Eugene Kaspersky, presidente da companhia de antivírus que leva seu nome, afirmou num simpósio de informática em São Petersburgo que a implantação de passaportes para acessar a Internet reduziria drasticamente a delinqüência informática. "Não acabaria com todos, mas sim com a maioria dos cibercriminosos", alegou Kaspersky, que propõe também a criação de uma polícia internacional da Internet.
Kaspersky denunciou ainda a existência de um novo negócio, cada vez mais pujante na rede: o C2C (de criminoso a criminoso), contra o qual, assegura, "os governos não oferecem nenhuma solução real". Exemplificou como exemplo o convênio contra o crime cibernético promovido pela União Européia, mas que não foi assinado nem pela China, Rússia e a América Latina, as zonas emergentes do delito informático.


Aliança Internacional
Kaspersky é favorável a novas fórmulas, como a Aliança Multilateral Internacional contra o Ciberterrorismo (IMPACT, em inglês), que foi apresentado em maio pelo governo da Malásia. É a primeira iniciativa global de segurança informática onde participam igualmente o setor público e privado. A Kaspersky Lab já contribuiu com fundos econômicos, bem como a Symantec, TrendMicro ou F-Secure.

Além da cooperação internacional, Kaspersky propõe novos enfoques técnicos no desenho de antivírus, criando zonas seguras nos computadores mediante "sandboxes" e máquinas virtuais, nas quais se executaria o navegador. Assim, ainda que um trojan o infectasse ao visitar um site, o código malicioso não poderia ir além da máquina virtual, e desapareceria ao fechar o navegador.

Costin Raiu, engenheiro da Kaspersky Labs, presente ao evento, alertou também para o uso dos bancos online, dizendo que as entidades não estão dando a real atenção ao problema jogando a responsabilidade em seus clientes utilizando o falível sistema de senhas. Ele denunciou que os criminosos estão utilizando com sucesso trojans de 20 anos atrás.

Raiu aponta como soluções simples, que já deveriam estar sendo adotadas por todos os bancos: "Confirmar as transações mediante uma chamada telefônica ou SMS e usar telefones inteligentes para realizar as operações". Seu colega Sergey Novikov acrescentou outra proposta: "Educar os jovens, que não sabem como usar seu conhecimento tecnológico de uma forma produtiva". Segundo Novikov, de cada 10 criadores de vírus detidos, 8 são menores de 21 anos.

O spam russo
Se alguém pensa nos spammers como garotos vadios sem ter o que fazer se equivoca. O spam na Rússia é enviado de provedores e empresas totalmente legais e neste ano atingirá um volume de negócios de 125 milhões de euros somente naquele país, segundo um estudo da Kaspersky Labs.

Sete dos dez maiores spammers do mundo são russos ou ucranianos. Só são superados por uma empresa da Índia, e outra de Hong Kong. O negócio é realizado como qualquer outro, inclusive com normas e preços já padronizados, facilidades de pagamento através de transferência eletrônica, garantias legais, contratos, descontos e serviços adicionais, como desenho do site ou gestão dos direitos autorais.

Só para terem uma idéia, um spammer russo cobra 25 euros para enviar uma média de 7 milhões de e-mails, com a garantia de que 80% chegarão a seu objetivo. Há ofertas também para programas de mensagem instantânea, ao preço de 27 euros por três milhões de unidades enviadas. Um dos melhores filtros do MDig é aquele que nega o envio de comentários com provedor "ru".

O estudo da Kaspersky Lab calcula que os spammers russos enviam bilhões de mensagens ao dia, usando as 70.000 botnets que têm espalhadas pelo mundo.

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